7 ANTIBIÓTICOS DEPOIS! (SEGUE A SAGA DA ESCOLA)

Otto ficou bem na escola, pelo menos eu achava isso.

Até que começaram as doenças.

• Ah, isso aí faz parte Jana!

Pois é, eu sei, mas não foi normal, vou contar.

Otto sempre foi muito falante, risonho, brincalhão e logo que começou a escola ficou calado.

Claro que ficou triste com a mudança de rotina drástica, éramos eu e ele dentro de casa todos os dias e de repente ele se viu sozinho num lugar desconhecido tendo que fazer tudo que os outros pediam, com regras e horas as quais não estava acostumado, uma mudança de rotina SEM AVISO.

Preste atenção aqui, MUDAR ROTINA sem prévio aviso, sem informar, sem conversar, sem verbalizar para a criança mesmo em pouca idade, traz insegurança (AO QUADRADO) porque estamos falando de um superdotado, que é naturalmente INTENSO.

Otto começou a NÃO COMER  e a ficar DOENTE!

Mas assim, não foi uma ou duas vezes, foram 3 meses direto.

Foram 7 antibióticos.

Ele chegou aos 2 anos e 3 meses a pesar 9 kg de tanto que ele sofria (tem foto mas me corta o coração, não vou dividir, tá), sendo que a média é 12 ou 13.

Mas eu via que era sofrimento psicológico?

Claro que não.

Eu dava antibiótico, sete dias e no dia seguinte que tinha acabado o antibiótico, Otto tinha febre, levava ao pediatra, outro antibiótico.

Daí resolvi mudar de pediatra e ela passou um antibiótico que não havia tomado e ploft, resolveu.

Passou a não ficar mais doente, mas começou a reclamar de tudo na escola, não comia e não fazia cocô. Ele ficava das 8h às 18h e não fazia cocô!

Eu trabalhava muito perto e a escola me ligava: Jana, Otto não quis almoçar.

Eu saía na minha hora de almoço, ia à escola e dava comida pro Otto que comia 4 colheradas, eu pensava, melhor que nada.

Ele viu a manobra e como queria ficar comigo, passou a não comer para eu ir lá dar comida para ele e assim segui no primeiro ano de escola do Otto.

Deixa eu abrir um parêntese aqui, já percebeu que eu gosto né.

Quando ele reclamava, da tia que batia a escova forte na cabeça dele, da comida que era ruim, de não conseguir ir ao banheiro, eu SEMPRE reagia diminuindo o sentimento dele.

Ah Otto, que bobeira!

Ah Otto, larga de ser fresco!

Ah, Otto sério que isso aconteceu?

E claro que com o tempo, ele deixou de falar, afinal eu NÃO ESTAVA DO LADO DELE.

Ele estava sozinho!

O parêntese é para te alertar de SEMPRE ouvir com atenção o que sua criança diz e apurar os fatos.

Não é pra chegar quebrando a escola não, pelamordeDeus, mas quero que você fique alerta, tá!

Foi um ano em que eu estava feliz por ter voltado a trabalhar! 

Mas, foi doloroso para nós dois, óbvio que eu não queria ele sofrendo e acaba minimizando e como fui imatura e cega aí, porque eu queria muito que desse certo essa coisa de mãe que trabalha fora.

Hoje eu sei que, até certo ponto, deu certo para mim, mas não para ele e NÃO VALEU A PENA o preço que ele pagou pela minha empreitada. Temos reflexo disso até hoje no psicológico dele.

Não tô levantando bandeira nenhuma, tá. Tô só dividindo a minha realidade, você tire suas próprias conclusões dentro da sua realidade, combinado.

O que quero deixar de mensagem é, minha prioridade SÃO OS MEUS FILHOS!

Por isso tô aqui, tentando empreender, tentando vender minha experiência em forma de curso.

Porque depois de muita coisa vivida eu consegui criar um método que me ajudou MUITO a me entender e perceber que se eu mudar minha maneira de falar, se eu olhar diferente, se eu conduzir a conversa em tom ameno e  até acolher para depois ensinar, eu tenho muito mais do meu filho do que posso imaginar. 

E ensino, pelo meu exemplo, a se relacionar e respeitar as suas emoções.

E hoje é lindo ver ele nomeando as emoções dele.

Ontem me falou que já percebeu que fica muito irritado por dentro quando ele está falando e a pessoa não está olhando pra ele. 

Fiquei feliz!

Isso é uma certeza de que ele está aprendendo a se observar!

E escreve o que tô te dizendo, não há caminho mais certo de ajudar esses pequenos do que o autoconhecimento.

Bjs

Jana

Mãe do Otto e da Anna