2016, quando eu malhava todos os dias.



Agosto de 2020.



Há um ano atrás eu pesava 12 kg a mais.


Pois é.

Há um ano atrás meu pai estava internado com covid e as notícias eram ruins.

Toda vez que o médico ligava, falava que o que agravava a situação dele, além dos problemas de

saúde, era sua obesidade.


Mas não vou falar do meu pai, vou falar do medo que senti, no exato instante que o perdi e no start

que deu no meu cérebro que eu precisava mudar.


Eu nunca tinha chegado ao peso que cheguei, NUNCA!

Nem mesmo na gravidez das crianças.


Eu tinha voltado a malhar em janeiro, daí em março veio a pandemia.

Para mim, só foi fácil malhar e estava num corpo que me agradava, quando as crianças estudavam

no mesmo horário e isso mudou em 2017, pois em 2016 Otto pediu para mudar de escola e a que

ele escolheu o turno era manhã e a Anna seguia a tarde.


Isso acabou com minha rotina diária de academia, sim eu malhava de segunda a sexta e amava.

Até 2016 a logística era:

A gente morava longe da antiga escola, uns 15 minutos, dependendo do trânsito.

Eu cuidava da casa, dava almoço e levava as crianças para a escola. Deixava o carro na rua da casa

da minha sogra, pegava minha bike que ficava lá e ia até a academia, que era longe de propósito.

Malhava de 13:30 às 16h, pegava a bike voltava, deixava na sogra, pegava o carro em seguida as

crianças na escola e vinha pra casa, que era longe da escola uns 15 minutos de carro.

Fazia isso de segunda a sexta. Se estivesse chovendo ia de carro malhar, óbvio, mas não deixava

de ir, nunca. Tava no automático.



Mas em 2017 tudo mudou e eu fiquei sem tempo para mim, mas sempre dava meu jeito.

Nunca deixei de caminhar na lagoa, as vezes desanimo, confesso, e  no período de chuva fica mais

complicado, mas parar de vez, nunca.


Levava Otto para a natação caminhando e ele de bike. Dava uns 15 minutos de caminhada, para

quem não fazia nada, tava ótimo.

Sempre soube que não poderia parar nunca mais.


Até que fiz as contas e em 2021 seria o ano do retorno, os dois no mesmo horário e eu com tempo

para mim, again.

Mas retornei em 2020, janeiro, levava Anna comigo para a academia e ela ficava quietinha sentada lá,

e quando ia a tarde, deixava Otto sozinho em casa e de lá já ia buscar a Anna.


Daí veio a pandemia.

Isolamento.

E precisei de um tempo para me sentir segura para sair de casa e caminhar, mesmo de máscara.

A gente ficou meses, vendo as pessoas pelo muro de casa, que era baixinho.

Ninguém entrava aqui.

Até final de agosto, quando deixei o meu velho entrar e tomar café com a gente.

Ele ficou tão feliz, por eu ter baixado a guarda.

Mas a preocupação era com eles, né, que estavam no grupo de risco.


Enfim, tudo isso pra falar que agora estou me preparando para voltar a malhar, assim que der 15 dias

da segunda dose do Gustavo, eu volto, ahhhh se volto.


E porque eu tô te contando tudo isso?


Porque é o mesmo processo para a gente mudar também a maneira como a gente fala, educa, reage,

olha, lida com nossa criança superdotada.


Se não gosta do que tá SENDO, comece hoje!

Se não começar hoje a fazer as coisas de uma maneira diferente, mesmo que seja devagar, daqui a

um ano vai estar igual ou pior a sua relação com seu filho.


E aí eu pergunto: Tá bom pra vc, do jeito que tá hoje?


Jana

Mãe do Otto e da Anna



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