Há um ano atrás eu pesava 12 kg a mais.
Pois é.
Há um ano atrás meu pai estava internado com covid e as notícias eram ruins.
Toda vez que o médico ligava, falava que o que agravava a situação dele, além dos problemas de
saúde, era sua obesidade.
Mas não vou falar do meu pai, vou falar do medo que senti, no exato instante que o perdi e no start
que deu no meu cérebro que eu precisava mudar.
Eu nunca tinha chegado ao peso que cheguei, NUNCA!
Nem mesmo na gravidez das crianças.
Eu tinha voltado a malhar em janeiro, daí em março veio a pandemia.
Para mim, só foi fácil malhar e estava num corpo que me agradava, quando as crianças estudavam
no mesmo horário e isso mudou em 2017, pois em 2016 Otto pediu para mudar de escola e a que
ele escolheu o turno era manhã e a Anna seguia a tarde.
Isso acabou com minha rotina diária de academia, sim eu malhava de segunda a sexta e amava.
Até 2016 a logística era:
A gente morava longe da antiga escola, uns 15 minutos, dependendo do trânsito.
Eu cuidava da casa, dava almoço e levava as crianças para a escola. Deixava o carro na rua da casa
da minha sogra, pegava minha bike que ficava lá e ia até a academia, que era longe de propósito.
Malhava de 13:30 às 16h, pegava a bike voltava, deixava na sogra, pegava o carro em seguida as
crianças na escola e vinha pra casa, que era longe da escola uns 15 minutos de carro.
Fazia isso de segunda a sexta. Se estivesse chovendo ia de carro malhar, óbvio, mas não deixava
de ir, nunca. Tava no automático.
Mas em 2017 tudo mudou e eu fiquei sem tempo para mim, mas sempre dava meu jeito.
Nunca deixei de caminhar na lagoa, as vezes desanimo, confesso, e no período de chuva fica mais
complicado, mas parar de vez, nunca.
Levava Otto para a natação caminhando e ele de bike. Dava uns 15 minutos de caminhada, para
quem não fazia nada, tava ótimo.
Sempre soube que não poderia parar nunca mais.
Até que fiz as contas e em 2021 seria o ano do retorno, os dois no mesmo horário e eu com tempo
para mim, again.
Mas retornei em 2020, janeiro, levava Anna comigo para a academia e ela ficava quietinha sentada lá,
e quando ia a tarde, deixava Otto sozinho em casa e de lá já ia buscar a Anna.
Daí veio a pandemia.
Isolamento.
E precisei de um tempo para me sentir segura para sair de casa e caminhar, mesmo de máscara.
A gente ficou meses, vendo as pessoas pelo muro de casa, que era baixinho.
Ninguém entrava aqui.
Até final de agosto, quando deixei o meu velho entrar e tomar café com a gente.
Ele ficou tão feliz, por eu ter baixado a guarda.
Mas a preocupação era com eles, né, que estavam no grupo de risco.
Enfim, tudo isso pra falar que agora estou me preparando para voltar a malhar, assim que der 15 dias
da segunda dose do Gustavo, eu volto, ahhhh se volto.
E porque eu tô te contando tudo isso?
Porque é o mesmo processo para a gente mudar também a maneira como a gente fala, educa, reage,
olha, lida com nossa criança superdotada.
Se não gosta do que tá SENDO, comece hoje!
Se não começar hoje a fazer as coisas de uma maneira diferente, mesmo que seja devagar, daqui a
um ano vai estar igual ou pior a sua relação com seu filho.
E aí eu pergunto: Tá bom pra vc, do jeito que tá hoje?
Jana
Mãe do Otto e da Anna
Comentários
Postar um comentário